Relato do parto da Maria Luísa

 Eu tive uma gravidez sofrida desde o inicio. Muitos enjoos, azia interminável, inchaços, dores no corpo, câimbras…

Então decidi que não queria deixar passar das 40 semanas, decisão que se reforçou quando descobri que se tratava de um bebê GIG (grande demais), situação que poderia se tornar um risco se nascesse pós-termo.

Mas o tempo foi passando e nada da Maria Luísa dar as caras kkkk. Com 38 semanas comecei a ficar preocupada, pois queria muito um parto normal. Mas já havia combinado com meu obstetra que com 40 semanas, se não fosse normal, seria uma cesárea, pois tive um parto normal induzido com o Matias e não queria passar pela experiência novamente (foi traumático, desumano, além de contrações sem intervalo durante o trabalho de parto).

A partir das 38 semanas, tentei utilizar métodos naturais de indução ao parto, como chá de canela, óleo de rícino, óleo de prímula, comidas picantes, gengibre, agachamentos, tudo sem sucesso.  

Com 39 semanas e 3 dias (quarta-feira), eu solicitei ao meu médico o descolamento de membrana, outro método de indução ao parto, dessa vez de forma mais interventiva, porém ainda natural.

Por ser um procedimento muito invasivo, ele só pode ser feito mediante autorização da gestante. Do contrário, é considerado violência obstétrica. 

Trata-se de um toque no colo do útero, onde o médico busca descolar a bolsa em que o bebê se encontra das paredes do útero, fazendo movimentos circulares. Essa manobra libera prostaglandina, hormônio que auxilia na dilatação do útero e pode adiantar o trabalho de parto nas próximas 48 horas.


Mas após o procedimento, parecia que nada tinha adiantado. Fiz na quarta-feira e até sábado, não tinha sinal de trabalho de parto.

No sábado de manhã então, retornei ao médico. Pedi o descolamento de membrana de novo, mas na hora de fazer, desisti, pois é muito dolorido (muito mesmo). Aí combinei com o médico, depois de muito me convencer, que eu induziria com remédios o parto no domingo à tarde, dia que eu completaria 40 semanas. E que se a indução fosse muito dolorida ou sofrida, nós a interromperíamos com uma cirurgia cesariana.

Isso me frustrou bastante, pois sonhava com um parto natural. Mas aceitei a alternativa.

Eis que, como que em um milagre, no domingo de madrugada, às 2h da manhã, acordei com umas dores chatas nas costas e fiquei cronometrando pra ver se eram contrações.

Elas estavam vindo a cada 15/20 minutos.

Pra tirar a dúvida se eram realmente contrações, eu tomei um banho bem quente (dizem que se tomar banho quente e as contrações sumirem, não é trabalho de parto. Mas se elas aumentarem, é).

Por volta das 3h da manhã minhas contrações aumentaram. Então arrumei tranquilamente minhas coisas, as coisas do Matias e às 4h, resolvi acordar o Felipe pedindo pra deixarmos o Matias na avó e irmos pra maternidade.

No caminho, as contrações se intensificaram e começaram a vir bem doloridas. Na maternidade, as 5h da manhã, eu já não conseguia mais falar durante as contrações e constataram que eu estava com 4cm de dilatação, já podendo ficar internada.



Avisei meu médico, que uma hora depois apareceu para medir a dilatação. Estava aumentando 1cm a cada uma hora. 

Desde o começo, o Felipe me tranquilizava e me dava a assistência necessária. Ele foi essencial, praticamente uma doula pra mim. Fazia massagem nas costas, aguentava meus gritos e xingamentos… 😂😂😂

Um tempo depois, minha mãe e minha irmã conseguiram entrar no quarto e ficaram lá para me darem apoio também. 




Uma coisa que me ajudou muito com as dores foi ficar embaixo do chuveiro quente molhando as costas, sentada em uma bola de pilates. 

Preciso agradecer demais a professora Ellen (Ecofisio Pilates), que foi fundamental ao me ensinar exercícios na bola que auxiliaram a acelerar o parto e aliviar a dor! 

Eu praticamente acabei com a água do planeta, pois acho que fiquei umas 2h embaixo do chuveiro. Mas isso aliviou demais, pois às 10h, eu já estava com 8 cm de dilatação e já fui pra sala de parto para ter o bebê. 

Chegando na sala de parto, meu obstetra (dr. Noboru, maravilhoso!) fez de tudo para que o parto fosse humanizado! Apagou as luzes, pediu pra eu escolher umas luzes coloridas relaxantes, me deu a bola de pilates e eu fiquei lá descansando e esperando dar a hora de fazer a força.




Ele deixou não só o Felipe entrar na sala de parto, mas a minha mãe e minha irmã também e isso me deu ainda mais segurança!



Minha equipe predileta: Felipe, mamãe e Carol 

Eu pedi anestesia quando cheguei na sala de parto, mais pelo medo de sentir muita dor na hora da expulsão do bebê, do que pela dor que eu tava sentindo na hora.



A dor era grande, mas tinha tempo de respirar e conversar entre as contrações. Era suportável. 

Hoje penso que talvez eu conseguisse segurar até o final sem anestesia. Mas nada que tenha atrapalhado também.

Chegou a hora de fazer força, meu obstetra pacientemente esperou cada contração para eu conseguir respirar e tentar expulsar. 



Me trouxeram até lanchinho na hora pra eu me distrair e eu acabei querendo beber só a água de coco na hora da força (olha isso! kkkkkk)



Depois de algumas tentativas, meu bebê de 4,035kg nasceu 12:02 da manhã, naturalmente. 

Foi muito emocionante. A emoção de todos, principalmente do papai Felipe, vai ficar pra sempre na memória 💕

Malu nasceu um pouco roxinha, pois tinha uma circular de cordão, mas nada que pudesse atrapalhar a sua saúde.



Assim que nasceu, colocaram a Maria Luísa em meus braços e ela permaneceu comigo direto por uma hora, naquela conexão da Golden Hour. 







Ela deu uma choradinha e depois ficou comigo ali naquele momento mágico, que eu não pude ter com o Matias.

Falei pro dr. Noboru que queria que o Felipe cortasse o cordão depois que ele parasse de pulsar e assim foi feito. Após muitos minutos, o Felipe cortou o cordão umbilical da Maria Luísa. 

Pra quem não sabe, um novo estudo mostrou que esperar pelo menos três minutos para clampear o cordão umbilical após o parto pode melhorar a coordenação motora fina e habilidades sociais das crianças.




Depois, lá mesmo, mediram e pesaram a Malu, deixaram ela aquecida um tempinho na incubadora, fizeram alguns testes e ela permaneceu o tempo inteiro ao meu lado até ir pro quarto.









Eu tive uma leve laceração, precisei tomar 2 pontinhos internos, mas nada atrapalhou na recuperação. 

A episiotomia (corte vaginal) não é mais prática nas maternidades, sendo o ato de deixar lacerar naturalmente muito mais vantajoso.

No dia seguinte, já estava agachando, pegando coisas no chão, andando pra cima e pra baixo, super zerada. 

Valeu a pena demais! Isso é fundamental pra conseguir cuidar do bebê recém nascido.

Na terça tivemos alta, sem nenhuma intercorrência comigo ou com a Maria Luísa. 

De brinde, a equipe fez uma linda arte com minha placenta e deixou um recado emocionante pelo parto humanizado.




"Oi mamãe e papai, cheguei para alegrar os seus dias. Cheguei em um lindo parto normal e humanizado com meu papai, vovó e titia me assistindo. Cheguei em um domingo no dia 21.11.21 às 12:02hs, pesando 4,035kg e altura de 50cm. Minha equipe! Dr. Noboru, Técnica Eliza, Enfermeira Monica. Com amor, Maria Luísa!"

💕💕💕💕💕💕💕💕💕

Fico feliz de poder compartilhar um parto que deu certo e foi conforme planejado durante toda a gravidez, apesar de só aparecer no último minuto do segundo tempo..rsrsrsrs

Fortes emoções! 

Um grande beijo da Malu, do Matias, da mamãe Giulianna e do papai Luiz Felipe!









Comentários

  1. Adorei, Ju! O seu parto foi lindo e eu pude assistir! Você foi guerreira, forte e muito segura. Tenho certeza que você será a inspiração nos passos da Malu. Obrigada pela netinha. Vou mimar muuuuuuito. Bjs, mamãe!❤️

    ResponderExcluir
  2. Lindo relato! Adorei ler cada detalhe. Parabéns por ter conseguido 🥰

    ResponderExcluir

Postar um comentário